Benefício do jejum intermitente vai além de emagrecer, diz estudo

Escrito por Redação Minha Vida

Novo estudo do Salk Institute e da Escola de Medicina Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, revelou outros benefícios do jejum intermitente, além de perder peso e gordura: reduzir os sintomas e ajudar nas doenças decorrentes de quem sofre com a síndrome metabólica, como a pressão arterial e colesterol altos.

De acordo com os resultados publicados na revista científica Cell Metabolism, a dieta realizada dentro de um intervalo de cerca de 10 horas (com 14 horas de jejum), quando aliada ao tratamento médico adequado, auxilia no tratamento e prevenção das condições que levam ao desenvolvimento de doença cardíaca e diabetes tipo 2.

“Descobrimos que a combinação de alimentos com restrição de tempo e medicamentos pode dar aos pacientes com síndrome metabólica a capacidade de gerenciar melhor sua doença”, diz Satchidananda Panda, co-autor e professor correspondente no Laboratório de Biologia Regulatória de Salk, ao site Science Daily.

Efeitos do jejum intermitente

Isso acontece porque esse tipo de restrição alimentar ajuda a regular o ritmo circadiano (relógio biológico), que é constituído pelos ciclos de processos biológicos de 24 horas que afetam quase todas as células do corpo. E cada vez mais, os cientistas estão descobrindo que padrões alimentares irregulares podem atrapalhar esse sistema e gerar problemas de saúde.

Mas ao “comer e beber tudo (exceto água) dentro de uma janela consistente de 10 horas seu corpo consegue descansar e se restaurar por 14 horas à noite. Ele também pode prever quando você comerá, e assim, pode se preparar para otimizar o metabolismo”, diz Emily Manoogian, co-autora do artigo.

O método pode ser uma alternativa para quem já possui alguma dessas condições, já que intervenções no estilo de vida, como adotar uma alimentação saudável e aumentar a frequência de atividade física, são difíceis de manter e, mesmo quando combinadas com medicamentos, muitas vezes são insuficientes para gerenciar completamente a doença.

“Ao contrário da contagem de calorias, a ingestão de alimentos com restrição de tempo é uma intervenção dietética simples de incorporar, e descobrimos que os participantes conseguiram manter a programação alimentar”, aponta Emily. Além disso, manter horários regulares para se alimentar também ajuda a evitar os riscos.

Outros benefícios

O estudo piloto incluiu 19 participantes diagnosticados com síndrome metabólica que relataram comer durante um intervalo de tempo superior a 14 horas por dia. Além disso, 84% deles estavam tomando pelo menos um medicamento, como estatinas ou uma anti-hipertensivos.

Eles usaram o aplicativo myCircadianClock, do laboratório Panda, para registrar quando e o que comeram durante um período inicial de duas semanas, seguido pela intervenção alimentar de três meses e 10 horas com restrição de tempo.

Para reduzir a ingestão de alimentos para a janela de 10 horas, a maioria dos participantes atrasou sua primeira refeição e avançou sua última refeição todos os dias, para que as refeições não fossem ignoradas.

Ninguém relatou efeitos adversos durante a intervenção. E, no geral, os participantes experimentaram melhora no sono, além de uma redução de 3-4% no peso corporal, índice de massa corporal (IMC), gordura abdominal e circunferência da cintura.

“A adaptação deste período de 10 horas de alimentação restrita é um método fácil e econômico para reduzir os sintomas da síndrome metabólica e melhorar a saúde”, acrescenta Pam Taub, co-autora.

Mas vale ressaltar que o método precisa ser acompanhado por um especialista e nem sempre é indicado para todas as pessoas.

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