Câncer de Pulmão

O QUE É

O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, afetando desde a traqueia até a periferia do pulmão. É considerada uma das principais causas de mortes evitáveis, pois 90% das pessoas que o desenvolvem fumam ou fumaram no passado. Todos os anos, há um aumento de cerca de 2% nos casos de câncer de pulmão no mundo.

A classificação para o câncer de pulmão é feita de acordo com o tipo de células afetadas, como os bronquíolos ou os alvéolos. Existem diversos tipos desta neoplasia, e eles são divididos em dois grupos:

Câncer de células não-pequenas: mais comuns, têm três subtipos: carcinomas de células escamosas, adenocarcinomas e carcinomas de células grandes.

Câncer de células pequenas: são mais raros e têm comportamento mais agressivo. Ele se espalha pelo sistema linfático, onde as células cancerígenas entram nos vasos linfáticos e começam a se desenvolver nos gânglios linfáticos ao redor dos brônquios e no mediastino (parte central da caixa torácica). Ao atingirem os nódulos linfáticos, provavelmente essas células já se disseminaram para outros órgãos do corpo.

Estatísticas

Todos os anos, mais pessoas morrem de câncer de pulmão do que se combinarmos os de mama, colorretal e próstata. Confira as estatísticas:

• 2 em cada 3 pessoas que recebem este diagnóstico tem mais de 65 anos de idade.

• A chance de um homem, fumante ou não, desenvolver o câncer de pulmão é de 1 em 13.

• Homens de raça negra tem 30% mais de desenvolver a doença.

SINTOMAS

Os sintomas mais frequentes no câncer de pulmão são a tosse e o sangramento pelas vias respiratórias. No entanto, os sintomas podem ser diferentes de acordo com a localização do tumor no órgão. Confira outros sintomas:

• Dor contínua no tórax.

• Falta de ar, também chamada de dispneia, em atividades do dia a dia, como tomar banho, ou até em repouso.

• Inchaço no pescoço ou na face.

• Perda repentina de peso.

• Pneumonias de repetição ou “mal curadas”.

• Presença de sangue no escarro (hemoptise), juntamente com a tosse.

• Rouquidão por mais de uma semana.

• Tosse: geralmente seca e contínua por mais de três semanas. Nos fumantes, a tosse crônica muda, tornando-se mais intensa ou ocorrendo em horários diferentes dos habituais.

Vale lembrar que alguns sintomas do câncer de pulmão são comuns às infecções pulmonares. Além disso, muitos fumantes apresentam esses sintomas como consequência da bronquite crônica ou do enfisema pulmonar. Por isso, para um diagnóstico preciso, procure um médico.

FATORES DE RISCO

Os derivados do tabaco originam 90% dos casos de câncer de pulmão. Comparados aos não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver a doença.

Os fumantes passivos também aumentam o risco de desenvolver esse tipo de câncer, sendo que têm três vezes mais chances de desenvolver a doença do que uma pessoa não exposta a cigarros, cachimbos, charutos ou narguilé.

Outros fatores podem estar ligados ao câncer de pulmão, como:

• Exposição contínua à poluição do ar

• Infecções pulmonares de repetição

• Deficiência ou excesso de vitamina A

• Doença pulmonar obstrutiva crônica, como enfisema pulmonar e bronquite crônica

• Fatores genéticos

• Alimentação rica em gorduras e pobre em frutas e verduras.

PREVENÇÃO

Para prevenir o câncer de pulmão é preciso evitar os fatores de risco. Veja algumas atitudes importantes para diminuir os riscos de adquirir a doença:

• Não fume: o tabagismo é o fator de risco mais importante para o câncer de pulmão. Os fumantes têm cerca de 20 vezes mais chances de adquirir o risco de câncer de pulmão. O risco aumenta com o número de cigarros consumidos durante o dia e o tempo de vício.

• Evite o fumo passivo: expor-se a fumaça do tabaco sem ser fumante também é um fator de risco. As pessoas que inalam o fumo passivo estão expostas aos mesmos agentes causadores de câncer.

• Consuma betacaroteno: alimentos de cor alaranjada como a cenoura são ricos em betacaroteno. A suplementação de betacaroteno em pessoas fumantes pode diminuir o risco de câncer no pulmão.

• Reduza a exposição a alguns tipos de elementos químicos: substâncias como amianto são extremamente prejudiciais e não existem níveis seguros para o seu contato. Trabalhadores que precisam lidar com esse tipo de material precisam ficar atentos a medidas de segurança para evitar o contato.

TRATAMENTO

O tratamento para o câncer de pulmão varia conforme o tipo da doença. Se o câncer estiver classificado como de células pequenas, em estágio inicial, indica-se a quimioterapia com combinação da radioterapia no tórax. Em casos avançados, a cura é muito difícil e há controle da doença e melhoria na qualidade de vida.

No caso de câncer de pulmão de células não pequenas, a intervenção cirúrgica juntamente com a quimioterapia é a principal forma de tratamento. O cirurgião retira um lobo do pulmão e remove os linfonodos. Na fase IV a principal finalidade do tratamento é controlar a doença e há duas opções de tratamento: terapia-alvo e quimioterapia.

DIAGNÓSTICO

Muitas vezes, diagnosticar precocemente o câncer de pulmão é tarefa difícil, já que a doença somente começa apresentar sintomas quando já está em fase avançada. Por isso, somente 20% dos casos são diagnosticados precocemente.

Outra dificuldade do diagnóstico é que não existem sinais específicos do câncer de pulmão, já que os sintomas são os mesmos que de outras doenças respiratórias relacionadas ao fumo, como enfisema pulmonar, bronquite e pneumonia.

Por isso, o diagnóstico do câncer de pulmão busca avaliar o aspecto radiológico do tumor. Em geral, é feito por tomografia de tórax ou radiografia de tórax, por ser a maneira mais direta e prática.

A biópsia é necessária para confirmar o diagnóstico, uma vez que imagens suspeitas podem indicar algo benigno, como uma cicatriz ou infecção. Sendo assim, é realizada a broncoscopia (endoscopia respiratória). O exame consegue olhar no interior dos brônquios e realizar biópsias de áreas suspeitas. Em alguns casos, retira-se uma pequena amostra de tecidos das lesões para análise.

Há também a possibilidade da biópsia guiada por tomografia. Ela é utilizada em casos que o tumor está mais próximo da caixa torácica.

Outros exames que podem ser solicitados são: cintilografia óssea, na qual há injeção de um líquido na veia que possibilita o rastreamento do esqueleto por meio de imagens; tomografia computadorizada, para identificar a extensão do tumor; e ressonância magnética do cérebro, para averiguar a existência ou não de metástase.

Estadiamento

Uma vez confirmada a doença, é feito o estadiamento, que é medir a evolução do câncer de pulmão e verificar se ele está restrito ao órgão ou disseminado por outros lugares do corpo. Os mais comuns são cérebro, fígado e ossos. O estadiamento é feito por meio de vários exames de sangue e radiológicos, como a tomografia computadorizada.

Esses exames vão verificar qual é o estádio do câncer de pulmão, sendo que são sete: IA, IB, IIA, IIB, IIIA, IIIB e IV. O primeiro caracteriza tumores muito pequenos, menores que 2 cm, e restritos ao órgão. A escala vai aumentando progressivamente de acordo com a extensão da doença, até se chegar ao estádio IV, que caracteriza tumores avançados com comprometimento de outros órgãos (metástases).

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