De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui 17 milhões de hipertensos. Mas, apesar de ser um número que está se mantendo constante nos últimos anos, há quem acredite que essa margem vai aumentar com o decorrer do tempo.
Levando em consideração um estudo feito pela Escola de Economia de Londres, pelo Instituto Karolinska na Suécia, e pela Universidade do Estado de Nova York, o número de hipertensos nos países em desenvolvimento, como o Brasil, deverá crescer 80% até 2025.
Diante desta realidade, é necessário tomar medidas preventivas com relação ao aumento da pressão arterial, visto que doenças cardiovasculares estão no topo das principais causas de mortes no Brasil. Sendo assim, segundo o médico psiquiatra da Universidade de Santo Amaro (Unisa), Kalil Duaillib, se faz importante ter uma atenção maior com problemas psicológicos, como depressão, ansiedade e insônia, uma vez que eles também estão relacionados a elevação da pressão devido as consequências dessas doenças.
Qual a relação entre depressão e doenças cardiovasculares?
Para Duaillib, ao mesmo tempo em se trata a depressão, bem como as síndromes de pânico e ansiedade, há também uma oportunidade de redução de doenças cardiovasculares. “É preciso levar em conta que o paciente deprimido costuma abandonar o tratamento de uma enfermidade, deixa de tomar remédios e tende a ingerir álcool e outras substâncias”, destaca o psiquiatra durante a palestra realizada durante o 38º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
Assim, quando há o tratamento desses problemas psicológicos, há ainda a prevenção de aumento de doenças relacionadas ao coração e a pressão arterial. Isto porque, o consumo de álcool pela população adulta está crescendo, bem como o uso de outras substâncias. “Além disso, 1,5 milhão de brasileiros com mais de 18 anos fuma maconha todos os dias e 8,4 milhões, quatro vezes por semana”, informa Duaillib.
“Quem tem insônia e dorme mais de seis horas por noite tem 30% mais de risco de hipertensão do que pessoas cujo sono é normal; quem tem insônia e dorme menos de cinco horas por noite tem risco 520% maior”, revelou o médico, citando estudos internacionais. Duaillib ainda cita que o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) aumenta o risco de doença cardiovascular em até 30%. “Assim, é muito importante o tratamento da depressão, ansiedade e síndrome de pânico, pois, além dos problemas intrínsecos que causam nos pacientes, incluindo até mesmo o risco de suicídio, podem desencadear outras doenças, como as cardiovasculares”, completa o psiquiatra.
Fonte: Remédio Caseiro R7