A superprojeção da orelha, popularmente chamada de orelha de abano, tem origem genética. “A alteração costuma aparecer em várias gerações de uma mesma família e é decorrente da falta de uma dobra na anti-hélice, na borda da orelha, ou o excesso na concha, a concavidade maior”, descreve Luthiana Carpes, otorrinolaringologista pediátrica de Porto Alegre.
Hoje é possível corrigir essa malformação com um molde de silicone aprovado pela Anvisa, o Earwell. “O método não altera a vascularização do local nem impõe desconforto ao bebê“, diz Luthiana. “Os moldes trabalham com um conjunto de forças contrárias para reposicionar a cartilagem da orelha”, explica.
Só tem um porém: para dar resultado, precisam ser colocados antes dos 45 dias de vida da criança, com trocas a cada duas semanas.
É que, nesse período, o organismo ainda carrega os hormônios da mãe e a orelha está molinha. “Depois a cartilagem se torna mais resistente, e o tratamento não surte efeito”, esclarece a médica.
O é eficaz para corrigir a orelha de abano (e o que não ajuda)
Cirurgia: em geral feita em torno dos 7 anos de idade, a otoplastia costuma dar bons resultados.
Uso de bonés: é inócuo, até porque teria que ser usado nas primeiras semanas, com a cartilagem mais maleável.
Prender com fitas: adesivos e esparadrapos podem ferir a pele do recém-nascido. E faixas muitas vezes incomodam.
Exercícios: não adiantam porque para conter a projeção é preciso usar forças contrárias – e constantes – à cartilagem.
Dormir de lado: não dá para controlar os movimentos da cabeça do bebê para manter a orelha prensada no travesseiro.
Fonte: Abril