Mulheres que sofreram com o chikungunya no passado podem engravidar. Não existem relatos na literatura científica de que uma paciente infectada antes da gravidez tenha um risco maior de dar à luz um filho com malformação ou doenças congênitas.
De onde vem esse medo então? É que o chikungunya tem potencial para deixar dores nas articulações e outras sequelas que duram meses ou até anos no paciente. Só que, mesmo nessas situações, uma futura gestação não será afetada.
O cenário, no entanto, é um pouco diferente quando a doença dá as caras ao longo da gestação.
A infecção do chikungunya durante a gravidez causa problemas?
Depende. De acordo com a reumatologista Claudia Marques, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), se a picada do mosquito ocorrer nos três primeiros meses da gestação, é possível que o pequeno nasça com doenças congênitas.
Mas isso não é exclusividade do chikungunya. “Toda infecção viral que acontece no momento de desenvolvimento do feto pode trazer complicações”, justifica a médica.
Ainda assim, tenha em mente que a invasão de vírus e bactérias na gestação não é sinônimo de problemas no bebê ou na mãe. O importante é procurar auxílio médico para lidar com eventuais infecções – e nunca tomar remédios sem orientação profissional.
Além disso, Claudia alerta que, se a mulher pegar chikungunya próximo ao nascimento, existe o risco de seu filho ser acometido pelo vírus. “Nesse caso, a transmissão acontece na hora do parto”, afirma.
Infelizmente, a infecção no bebê tende a ser mais grave. “O tratamento vai depender dos sintomas. Em geral, são adotadas medidas de suporte na UTI”, informa a especialista. “Idealmente, todas as grávidas devem se proteger o tempo todo”, orienta Claudia.
Se for o seu caso, tome as medidas de prevenção necessárias: elimine focos de proliferação do Aedes aegypti, instale mosquiteiros nas portas e janelas e não esqueça do repelente.
Fonte: Abril