O consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica pode trazer danos imediatos à saúde ou a médio e longo prazo. Isso sem contar com os riscos de acidentes de trânsito causados pela combinação de álcool e volante. Mas, afinal, que riscos são esses e como evitá-los?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe volume seguro de álcool a ser consumido, porque ele é tóxico para o organismo humano e pode provocar doenças mentais, diversos cânceres, problemas hepático, como a cirrose, alterações cardiovasculares, com riso de infarto e acidente vascular cerebral e a diminuição de imunidade. Além de ser responsável por episódios de violência física contra si ou contra outras pessoas.
No entanto, se a opção é pelo consumo mesmo assim, a OMS orienta ter limite ao beber qualquer derivado do álcool. “Essa substância provoca alterações no cérebro, semelhante às drogas, como a cocaína. Isso causa uma sensação prazerosa e que faz com que as pessoas tenham interesse em consumir novamente”, explica Maria Célia Brangioni, responsável pelo Serviço de Estudos e Atenção a Usuários de Álcool e outras Drogas do Hospital Universitário de Brasília (HUB).
Uso recreativo, abusivo e compulsivo
A psiquiatra explica que o álcool está relacionado às culturas. Existem aquelas, como a mulçumana, onde é proibido o uso do álcool. “Já o brasileiro bebe e bebe muito. Somos o país da América Latina que mais ingere álcool. Existe o uso recreativo em eventos sociais; o uso abusivo, com a quantidade acima do limite permito do ponto de vista físico e psicossocial; e existe a dependência, com compulsão para o uso, sintomas de abstinência, prejuízo funcional, laboral e familiar. É uma doença reconhecida pelo Código Internacional de Doenças. E é dividida em leve, moderada e grave”, alerta.
Brangioni também alerta que o tratamento de dependentes é “muito complexo, pois, precisa de tratamento farmacológico para desintoxicação e técnicas motivacionais com intervenções específicas. É preciso uma equipe multidisciplinar para o atendimento”. Por isso, ela sugere: “se for ingerir bebida alcoólica, tem que saber dos riscos de toda essa problemática apresentada, inclusive do exagero e da dependência. É possível ter vida social sem o consumo do álcool”.
Mortes causados pelo álcool
De acordo com a OMS, em todo o mundo, mais de 3 milhões de homens e mulheres morrem todo os anos justamente pelo uso nocivo de bebidas alcoólicas. Ao todo, 5% das doenças mundiais são causadas pelo álcool.
Ainda conforme relatório da OMS, divulgado em 2018, 28% das mortes provocadas pelo consumo de álcool são resultado de lesões, como por exemplo, acidentes de trânsito. Outras 21% são distúrbios digestivos graves, 19% são doenças cardiovasculares e o restante doenças infecciosas, câncer e transtornos mentais.
Casos graves
Apesar de causar males à saúde de qualquer pessoa, em qualquer idade, o álcool pode provocar patologias ainda mais graves em alguns casos. As gestantes são um exemplo. Bebidas alcoólicas consumidas durante a gestação aumentam o risco de aborto ou de parto prematuro. Além disso, elas podem causar ao bebê má formação e retardo mental, alterações no rosto e diminuição do tamanho do crânio, retardo no desenvolvimento e no crescimento, problemas cardíacos e síndrome do alcoolismo fetal – que é o retardo no crescimento do bebê dentro do útero e após o nascimento, resultando em problemas de fala e raciocínio, diminuição da coordenação motora e problemas de coração.
Também há grande risco para pessoas em tratamento contra qualquer doença. Estas precisam de uma vida saudável, baseada em uma dieta totalmente livre do álcool.
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Erika Braz, para o Blog da Saúde