De acordo com a FSRH, o medicamento pode acabar diluído no corpo das pacientes com mais de 70 kg ou índice de gordura corporal (IMC) superior a 26, o que compromete sua eficácia. No anúncio, a instituição destacou a importância de que médicos conversem com suas pacientes sobre a forma de utilização e os riscos da pílula, e reforça que o método mais efetivo de contracepção é o DIU de cobre (disponível pelo SUS, no Brasil).
Cientistas já especulavam sobre a interferência do peso no desempenho da pílula do dia seguinte para evitar uma possível gravidez, mas só agora essa suspeita foi esclarecida. O dado mais preocupante talvez seja o peso estabelecido pela FSRH como seguro para uso da pílula: mais da metade das britânicas se encaixam no perfil de risco e isso representa um impacto significativo nas opções que elas dispõem à contracepção.
No Brasil, de acordo com o último levantamento da Organização Mundial da Saúde, 22,7% das mulheres são obesas. Sendo assim, a vulnerabilidade da pílula em relação ao peso pode afetar 23 milhões de brasileiras – o dado não exclui mulheres idosas ou inférteis.
Devido às altas taxas do hormônio progesterona (também encontrado nas pílulas tradicionais de cartela), a pílula do dia seguinte bloqueia a ovulação, evita a fertilização dos óvulos e interrompe a formação do endométrio gravídico, uma camada que cobre o útero para receber o óvulo fecundado. Essa camada “berço” descama e dá origem à menstruação.
Para garantir a eficácia da PDS, o ideal é que a mulher tome a pílula com o menor intervalo de tempo possível após a relação sexual desprotegida, tendo 72 horas para fazê-lo. Pela alta dosagem hormonal, os médicos defendem que ela não seja utilizada mais que uma vez ao ano e que seja apenas uma alternativa em casos de sexo sem proteção; nas relações em que o preservativo romper ou em situações de violência sexual.
A própria FSRH destaca que a melhor forma de evitar uma gravidez indesejada é a proteção. Não à toa, a pílula do dia seguinte também é chamada de pílula plano B.