A nutricionista Lara Natacci, tem observado que, hoje, não faltam estudos científicos sobre o papel do ômega-3contra a depressão. Afinal, trata-se de uma gordura com ação anti-inflamatória e protetora do sistema nervoso. Em paralelo, em sua prática clínica, a expert percebe que outro distúrbio mental tem afetado cada vez mais gente: a ansiedade.
“Muitas pessoas relatam que, por causa dela, comem demais”, conta. Juntando uma coisa e outra, ela resolveu investigar, em seu trabalho de doutorado, se o tal do ômega-3 teria alguma influência na ocorrência de transtornos ansiosos.
Para isso, ela analisou os hábitos alimentares de 12 268 adultos – registrados através de questionário alimentar. “Não incluímos, na pesquisa, pessoas que consumiam o nutriente por meio de suplementos”, avisa.
Com base nesses dados, ela conseguiu separar os indivíduos por níveis de ingestão de ômega-3. Foi aí que percebeu que os maiores consumidores da gordura apresentavam menor risco de sofrer de ansiedade em relação às pessoas com baixa ingestão.
Além de turbinar o consumo de ômega-3, Lara lembra que é importante maneirar nas fontes de ômega-6, como óleos de milho e girassol. É que essa gordura, tão comum em nosso dia a dia, tem sido engolida aos montes. Aí, o resultado é o oposto do desejado: o organismo se torna mais inflamado. Portanto, para realmente tirarmos proveito dos benefícios do ômega-3, as duas gorduras precisam estar em equilíbrio.
E lembre-se: o melhor é ajustar a dieta. “Os suplementos só devem ser usados após avaliação. Há diretrizes indicando que as cápsulas de ômega-3 são bem-vindas apenas em casos de triglicérides elevados”, ensina Lara.
Fonte: Abril