Estudo aponta que sobreviventes do ebola sofrem de problemas neurológicos

Pesquisa publicada na “Emerging Infectious Diseases” nesta quarta-feira (26) dá um panorama das sequelas deixadas pela infecção por ebola em sobreviventes. Dores de cabeça, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e enxaqueca debilitante estão entre os rastros deixados pela infecção. “Alguns sobreviventes são incapazes de cuidar de si mesmos”, relata nota sobre a pesquisa.

O estudo analisou dados de sobreviventes do mais recente surto de ebola, que provocou mais de 11.300 mortes entre 2014 e 2016 na África Ocidental. Foram mais de 29.000 casos registrados, segundo a Organização Mundial de Saúde.

A pesquisa foi conduzida pela Universidade de Liverpool e King’s College London, no Reino Unido, em parceria com pesquisadores de Serra Leoa (África Ocidental). “Sabíamos que uma doença tão grave como o ebola deixaria sobreviventes com grandes problemas”, diz Janet Scott, uma das autoras do estudo e pesquisadora da Universidade de Liberpool.

“Me surpreendi ao ver pessoas jovens previamente ativas agora incapazes de mover metade de seus corpos, ou de conversar, ou de pegar seus filhos” — Janet Scott (Universidade de Liverpool).

No total, pesquisadores observaram anotações de mais de 300 sobreviventes do ebola. Desses, cientistas selecionaram 34 pacientes. Eles foram submetidos a exame neurológico completo, triagem psiquiátrica e investigações especializadas — incluindo imagens do cérebro.

Além dos sintomas presentes durante a infecção ativa, pesquisadores começam a entender as sequelas  (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Além dos sintomas presentes durante a infecção ativa, pesquisadores começam a entender as sequelas (Foto: Alexandre Mauro/G1)

“Nós encontramos um amplo conjunto de sintomas neurológicos e psiquiátricos, desde os menos graves aos mais incapacitantes”, diz Patrick Howlett, um dos autores do estudo e pesquisador do King’s College London.

O conjunto de sintomas, dizem os cientistas, está sendo conhecido como síndrome do pós-ebola e é urgente a formação de profissionais que sejam capazes de lidar com todas as sequelas, afirmam pesquisadores.

RDC com novo surto

Desde o início de maio deste ano, a República Democrática do Congo passou a apresentar novos casos da doença. Ao todo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram 53 novos registros – 38 confirmados e 15 prováveis. Vinte e nove pessoas morreram devido à infecção.

A primeira equipe da OMS foi ao país em 9 de maio, um dia após a declaração do novo surto da doença. Seis dias depois, um lote com mais de 4 mil vacinas saiu de Genebra, na Suíça, para Kinshasa, maior cidade do país africano. A imunização começou em 21 de maio.

Fonte: G1

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