O Dia Internacional da Mulher, comemorado todo dia 8 de março, se tornou um importante símbolo das conquistas femininas durante o século XX. A data também ganhou um peso na comunidade médica, que aproveita o período para reforçar a importância dos cuidados com a saúde da mulher que vão além dos exames ginecológicos.
Entre as doenças que mais acometem o sexo feminino está o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 57 mil novos casos da doença serão registrados no Brasil até o final de 2017. Jacques Bines, oncologista clínico do Grupo Oncologia D’Or, reforça a importância do diagnóstico precoce, que pode aumentar as chances de cura em até 90%.
O especialista também destaca a atenção para os tumores de pulmão (com incidência crescente), ovário, útero e estômago. Segundo ele, a maioria dessas neoplasias pode ser evitada adotando medidas simples. “Abandonar o cigarro, começar uma atividade física, ter uma alimentação saudável, evitar a exposição excessiva ao sol e usar filtro solar, limitar a ingestão de álcool são alguns dos hábitos que podem ajudar na prevenção do câncer”, aponta Jacques Bines.
O oncologista ainda ressalta a importância de manter os exames preventivos em dia. Ele recomenda que as mulheres conheçam o próprio corpo e procurem ajuda sempre que necessário. “Elas precisam estar atentas à saúde e buscar ajuda profissional ao detectar algo de errado. Além disso, é importante ter uma postura ativa, fazendo os exames indicados regularmente”, finaliza.
Saiba como identificar os 5 tipos de câncer mais incidentes em mulheres:
Câncer de mama – Pode ser identificado em sua fase inicial por meio de mamografia, que pode detectar alterações pequenas não identificáveis ao exame físico. Embora importante como fator de atenção ao próprio corpo, o autoexame não ajuda no diagnóstico precoce da doença. Sinais e sintomas, como alterações da cor da pele da mama, do mamilo (bico) – como retração, saída de líquido (como sangue) ou nódulos (caroços) na mama ou na axila – são achados tardios da presença da doença.
Câncer colorretal – Abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o colón) e o reto. Os sintomas envolvem mudanças no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação. Também poderá ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensações doloridas na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. Todos esses sinais também são considerados tardios – a melhor conduta é fazer um exame de rastreio que, muitos desconhecem, porém, está indicado para todas as pessoas acima de 50 anos. São vários os métodos que incluem pesquisa de sangue nas fezes, retossigmoidoscopia ou colonoscopia (exames em que se introduz um tubo flexível pelo ânus, sob sedação, e que permite a visualização de uma parte ou de todo o intestino).
Câncer de colo de útero – Também conhecido como tumor de cérvix (ou cervical), a doença é causada, principalmente, por infecção crônica derivada do Papilomavírus Humano – HPV. É o segundo tumor mais frequente na população feminina (sendo o mais incidente em algumas regiões do país) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ser uma doença de desenvolvimento lento ela não apresenta sintomas na fase inicial e evolui para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Acomete muitas mulheres jovens.
Além do teste de Papanicolau – o chamado “preventivo” – exame que pode detectar precocemente a patologia, temos hoje em dia uma grande arma no combate desta doença: a vacinação, disponível na rede pública e que faz parte do calendário de vacinação anual, a partir dos 9 anos de idade.
Câncer de pulmão – Apresenta um número crescente nos últimos anos – principalmente entre as mulheres. A medida mais importante na prevenção é a interrupção do fumo. Entre os fumantes crônicos há a possibilidade de rastreio usando tomografia computadorizada – na tentativa de detectar lesões pequenas passíveis de ressecção (retirada cirúrgica). Os sintomas mais comumente associados ao tumor de pulmão incluem tosse persistente, rouquidão, falta de ar, perda de peso inexplicada e fraqueza generalizada.
Câncer de estômago – é o quinto tipo mais comum em mulheres. Pode causar indigestão, queimação, enjoo, falta de apetite e desconforto ou dor na região do estômago. Não há exame de rastreio considerado efetivo. Intervenções reconhecidamente efetivas na diminuição do risco desta doença incluem a cessação de fumar e o tratamento de infecção pelo Helicobacter pylori, bactéria que infecta o estômago e está associada ao desenvolvimento deste tipo de tumor. As recomendações gerais relacionadas a dieta e exercício físico também podem ajudar na prevenção da doença.
Fonte: Oncoguia