A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as infecções por sarampo tenham dobrado em um ano no mundo, em meio a severos e prolongados surtos em países pobres e ricos, afirmou a agência da ONU na quinta-feira (14). Além de ser possivelmente fatal, sintomas do sarampo incluem erupções cutâneas, cegueira e inflamação do cérebro. O vírus pode ser transmitido facilmente através de espirros e tosses, além de sobreviver horas em uma gota d’água.
A agência das Nações Unidas pediu para Estados-membros fecharem as lacunas da cobertura de vacinas, após relatos anteriores de que uma estimativa de 110 mil pessoas morreram em 2017 da doença altamente infecciosa, mas facilmente evitável.
“O sarampo não vai a lugar nenhum. É responsabilidade de todos”, disse Katherine O’Brien, diretora de imunização, vacinas e biológicos na OMS. “Para cada pessoa infectada, até nove ou dez podem pegar o vírus”.
Além de ser possivelmente fatal, sintomas do sarampo incluem erupções cutâneas, cegueira e inflamação do cérebro. O vírus pode ser transmitido facilmente através de espirros e tosses, além de sobreviver horas em uma gota d’água.
O sarampo não tem “fronteiras geográficas ou políticas”, disse O’Brien. Ela destacou que, apesar disso, mortes por sarampo caíram 80%, “provavelmente salvando cerca de 21 milhões de vidas” neste período.
Casos da doença dobraram em 2018
Em meados de janeiro deste ano, a OMS havia tomado ciência de 229.068 casos relatados de sarampo durante 2018, em 183 Estados-membros. Estados têm até abril para apresentar dados sobre casos da doença no ano anterior.
O número é quase o dobro dos 115.117 casos relatados no mesmo período no ano de 2017. A preocupação da OMS é baseada no fato de que o número final de infecções em 2017 subiu para 173.330.
“Por conta de atrasos em relatos e surtos no final de 2018, esperamos que este número aumente, assim como aconteceu nos anos anteriores”, afirmou a agência em comunicado.
Casos de sarampo aumentam em todas as regiões
A África registrou 33.879 casos de sarampo. Destes, 4.391 foram apenas em Madagascar, onde 922 mortes foram relatadas em um surto em andamento que começou em outubro.
As Américas registraram quase 17 mil casos de sarampo em 2018. O Mediterrâneo Oriental pouco menos de 22 mil. Na Europa, houve 82.596 infecções, em 47 dos 53 países, à frente do Sudeste Asiático (73.133) e Pacífico Ocidental (23.607).
Para prevenir surtos e eliminar o sarampo, a OMS pede para países manterem altas coberturas de imunização, com duas doses de vacina. O tratamento tem sido administrado a “bilhões de crianças”, disse O’Brien a jornalistas em Genebra.
“Estamos retrocedendo o progresso que havia sido feito, não porque não temos as ferramentas, mas porque não estamos vacinando”, insistiu.
Mito de vacina antissarampo foi derrubado
Não há associação entre autismo e a vacina antissarampo. Este mito foi derrubado, disse O’Brien, acrescentando que o estudo que deu início à mentira era baseado em dados equivocados.
Nos anos recentes, a taxa de cobertura de vacinas se manteve estável, em 85%. A taxa é abaixo dos 95% necessários para prevenir surtos e deixa muitas pessoas suscetíveis à doença. A taxa de cobertura da segunda dose é de 67%.
Países também precisam identificar e responder às comunidades que não estão imunizadas, avaliou Katrina Kretsinger, oficial médica do Programa Expandido de Imunização da OMS.
“Algumas populações estão em maior risco do que outras”, disse. “Crianças, migrantes, refugiados e populações pobres”.
Embora a OMS esteja trabalhando em regiões afetadas junto a Ministérios da Saúde, a agência não irá se comprometer com uma recomendação de vacinação compulsória.
“Cabe aos países a implementação de programas de vacinas”, sugeriu Kretsinger. “Alguns tornaram obrigatório que crianças sejam vacinadas para que possam ir à escola”.
Antes da introdução da vacina antissarampo, em 1963, surtos e epidemias aconteciam a cada dois ou três anos, causando uma estimativa de 2,6 milhões de mortas a cada ano.
Com informações da OMS
Fonte:Blog Saúde